quarta-feira, 27 de abril de 2011

Verbete

E quando digo que é amor

não há como duvidar, meu bem:

Não sei mentir sobre o amor

Ou tomar seu santo nome em vão

Nem pelos que vão

(Por estes, menos ainda).


Podem crer todos os ouvintes

Todos os passantes, todos os pedintes.

E destes também clamo o perdão

Se com tanto insistir pareço um acusado

Bandido acuado, fazendo juras de inocência.


Por certo não sou inocente

De tanto dizer chinfrim, de tanta palavra vazia

Pois que o verbo só existe pela ação

Que dispensa toda sorte de poesia.


Por sorte, meu amor, tu já tens de cor este palavrório

Sem que sequer um pingo de letra

seja necessário ouvir.

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