sexta-feira, 1 de abril de 2011

Fel

A língua porfia entre dentes

Contendendo incauta com suas grades brancas

E com os ouvidos desatentos

- Mordam-me ferozmente os que me contornam,

Adormeçam-me os que me carregam

Esqueçam-me os que me devoram e de mim ganham prazer!

Mas – ouçam! - ingratos ordinários (e também ouçam os desavisados)

Rindo-me em tempo de morte, alerto-vos, caros:

- A vida mora na palavra.

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