quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Bendito Maldizer ou Nota Sobre Baudelaire e Amigos

Mais tortos que os amantes de Geni

E com aqueles olhos de criança pobre e viciada

Ocasionalmente perdida na Oscar Freire – ou na Atlântica;

Esses pobres coitados são incansáveis em insultar a boa fama!


Rabiscam cá e acolá mazelas desconhecidas,

Risivelmente granjeiam o labor, o ócio e a desgraça.

- gracejando- sempre,

Como se fosse de bom tom tragar e trair.


Duvidosa é a moral e ébrio o discursar afogueado dessa gente

(de causar rubor até naqueles que falaciosamente se riem de fardas e fidelidade)

A inquietação com a ordem lhes é como sarna inflamada

Outrossim: Não seria blasfêmia achincalhá-los de cães sarnentos e resmungões

Ou tão somente miseráveis da pequena-burguesia pálida- a falsear-se preta.


Doutro modo, amigos, minto!

São estes calhordas , os poète maudit,

a espalhar dichotes de inconformidade e rancor

que devolvem ao mundo o giro.

domingo, 14 de novembro de 2010

Interpostos

Dizem-se mestres da retórica

os que esbravejam discursos inteiros:

Falas ininterruptas

carregadas de continuidade e tédio.

Axiomáticos que são, dados à fadiga do evidente.


O que, porém, ao íntimo do secreto eles relegam

é que nos parênteses, sim, as coisas acontecem.

O sabor do pormenor, o nome próprio

O traço da fronteira.


Ah, pobres e ingênuos que são!

Sem saber, adormecem o paladar

que só entrelinhas sente gosto.


(fecha parênteses)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Apenas mais uma nota sobre a pós-modernidade

Vaza entre dedos

Escorre pelos poros

Costeia as curvas acentuadas

(- Calma lá!

- Não, não há! Torrencial que sou.)

Haja aperto que o aporte! – O amor é líquido:

Aceita um gole?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Dígrafo

obvio destinatário

Na contramão de todo o sagrado. Não, não há

epifania.

Espírito constantemente inquieto:

Ufania.

E – vejam só – é quietude:

Eufonia.