quinta-feira, 26 de maio de 2011

Economia

Do outro lado do muro o poeta se sentia dentro,

no centro:

De onde disseminava implacáveis partículas sólidas de vantagem.

Afinal - pensava ele junto aos pombos, aqueles seus amigos das manhãs

Sou poeta e pela força do meu verso, de tanto maldizer, bendito me tornei.

Engano!

À míngua de supor haver aplausos escondidos atrás das cortinas que nunca se abrem

Ele comprazia-se em fazer dos dias meras linhas prostitutas que se davam a qualquer amor.

Mas vieram as noites frias como algozes dos tempos idos, cafetinas implacáveis

Agiotarem o trovador!

Que sem ter como dar conta pagou-lhes com pomposa nudez:

Despiu-se de sua poesia e entregou-se aos afetos da fome.

2 comentários:

  1. Muito interessante o blog !
    É bom ver cada dia que passa mais originalidade nessa Blogosfera
    HAHA ;) !
    Deixo o meu aqui caso queira dar uma olhada, seguir...;

    www.bolgdoano.blogspot.com

    Muito Obrigada, desde já !

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