E quando digo que é amor
não há como duvidar, meu bem:
Não sei mentir sobre o amor
Ou tomar seu santo nome em vão
Nem pelos que vão
(Por estes, menos ainda).
Podem crer todos os ouvintes
Todos os passantes, todos os pedintes.
E destes também clamo o perdão
Se com tanto insistir pareço um acusado
Bandido acuado, fazendo juras de inocência.
Por certo não sou inocente
De tanto dizer chinfrim, de tanta palavra vazia
Pois que o verbo só existe pela ação
Que dispensa toda sorte de poesia.
Por sorte, meu amor, tu já tens de cor este palavrório
Sem que sequer um pingo de letra
seja necessário ouvir.