terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Tolice

Abandono o fôlego e a calma na espera da tua língua

Tão tórrida quanto aqueles lugares da memória e do desejo

Em que te abrigo, desmedido benfazejo

dos meus olhos, boca, narinas

- de tudo que te experimente! –

E da morte, que me fazes desejar quando te apartas!


Ah, meu bem, se soubesses como o meu corpo se contorce

Reclamando aborrecido dos infortúnios do nosso amor,

desta sorte desgraçada de dias melhores que se esgotaram sem chegar.

ah, se ao menos desconfiasses, que minhas juntas se queixam,

meus ossos rangem e meus dedos, emudecidos, não dedilham mais canções.


E nas certezas desajustadas que jamais saberemos serem acertos

Perderam-se as velas, o choro e as rimas deste amor:

Restam as lamúrias do que é eterno e sem lugar.

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