Traiçoeiras são as pegadas do instinto -
Apontam com certeza religiosa direções que desconhecem.
E nessas andanças perde-se o caminho:
Pro tempo, o velho banqueiro que saqueia a economia dos dias;
Pra memória, a cafetina sórdida que elimina tudo que não lhe convém;
Pros olhos, que se cansam de perambularem circulares;
Pro amor, que retorna.
Ah, mas que perverso esse instinto!
Escraviza nossos pés e retorce-os:
Como Curupira nos deixa, o maléfico,
Inutilmente vigiando a selva dos desejos
Reféns de qualquer distração,
Entregues a nós mesmos.
Que o instinto é na verdade o nosso desejo disfarçado de acaso, muitos desconfiam. Eu não meto a mão no vespeiro. O instinto - ou o discurso dele - me acomoda às vezes. Bjo do Iamin
ResponderExcluirTambém conhecido como fogo no rabo.
ResponderExcluirIncrível pensar que o deixar-se levar pelos instintos, marca indelével de liberdade prezada por tantos na modernidade, escraviza nossos pés e nos faz perder o caminho. Talvez não haja entrega tão nefasta que não aquela cega certeza de nós mesmos.
ResponderExcluirÓtimo texto Aava!
um beijo