Traiçoeiras são as pegadas do instinto -
Apontam com certeza religiosa direções que desconhecem.
E nessas andanças perde-se o caminho:
Pro tempo, o velho banqueiro que saqueia a economia dos dias;
Pra memória, a cafetina sórdida que elimina tudo que não lhe convém;
Pros olhos, que se cansam de perambularem circulares;
Pro amor, que retorna.
Ah, mas que perverso esse instinto!
Escraviza nossos pés e retorce-os:
Como Curupira nos deixa, o maléfico,
Inutilmente vigiando a selva dos desejos
Reféns de qualquer distração,
Entregues a nós mesmos.