domingo, 31 de julho de 2011

A mulher ou Causa

Maligna é a imobilidade de quando me faltas.


Os castelos de marfim de um porvir iluminado

Que talho noite a noite na ante-sala de sonhos juvenis

Fincam estacas rígidas em memórias tuas

Tão atômicas, como fossem eternamente desintegráveis.


Mas quão pestilentos são os assombros da terceira hora!

Furtivamente manifestam-se em severa ilusão

De que te levarão, estes sempiternos minutos pavorosos.


Todavia, da profundeza do maior de todos os tormentos

Bendito! Bendito seja o dia em que te direi Adeus

Pois que a Deus voltará o que de mais semelhante a Ele eu pude ver.

domingo, 10 de julho de 2011

Patologia

Como não houvesse pernas para inaugurar as trilhas

Ou solidão que fizesse o peito fumegar gélido, branco

Como se já esbravejasse o veredicto do fim trágico da paixão

Ou do ódio.

A estação que carregava nos olhos descoloria-se

Fazendo Insípida a medida dos dias

E frívola aos poros que nem ao menos ensaiavam suor.

Em contornos vívidos restava apenas o que adorna a morte

A moléstia ressentida do que cessou

- Passado vivaz.

Tão logo, menina, aprenda o que já lecionou o mormaço do tempo aos velhos:

Tem de haver esquecimento onde a paz faça sua cama.