domingo, 14 de novembro de 2010

Interpostos

Dizem-se mestres da retórica

os que esbravejam discursos inteiros:

Falas ininterruptas

carregadas de continuidade e tédio.

Axiomáticos que são, dados à fadiga do evidente.


O que, porém, ao íntimo do secreto eles relegam

é que nos parênteses, sim, as coisas acontecem.

O sabor do pormenor, o nome próprio

O traço da fronteira.


Ah, pobres e ingênuos que são!

Sem saber, adormecem o paladar

que só entrelinhas sente gosto.


(fecha parênteses)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Apenas mais uma nota sobre a pós-modernidade

Vaza entre dedos

Escorre pelos poros

Costeia as curvas acentuadas

(- Calma lá!

- Não, não há! Torrencial que sou.)

Haja aperto que o aporte! – O amor é líquido:

Aceita um gole?